17 de junho de 2010

Você, meu poema

Acordei pensando em você
Das palavras que no passado me faltaram
Hoje sobra desejo

Só estou a escrever
Não por ter palavras nem rima
Mas por vontade de fazer amor

Todo dia penso em você
Nem todo dia quero fazer amor
Nem sei o que escrever para você

Me deu vontade de escrever
Um poema de amor no seu corpo
Mas do jeito que sei escrever
Sem rima, só com o ímpeto
Com as palavras caindo da ponta da língua
Com erros de português
Onde preciso apagar e reescrever

Me deu vontade de escrever
Um poema de amor
Você seria o borrão das minhas tentativas
Seria as teclas que digito quando passo a limpo
Por onde meus dedos deslizam
Seria a tela que observo
Enquanto espero as idéias aparecerem

Me deu vontade de desenhar
Um poema de amor em você
Desenhos flores no borrão
No teu corpo desenharia rosas
Com caules que crescem
Da ponta do teu pé
Ao fio do cabelo
Subindo pelo pescoço
Passando por trás das orelhas
Raízes que se aprofundam
Pétalas espalhadas por todo corpo
Minhas unhas seriam os espinhos
Para em tuas costas cravar
Depois percorreria o teu corpo com meu nariz
Procurando sentir o cheiro da rosa que desenhei

No borrão também rabisco
Faço caminhos sem fim
Com meus dedos
Faria caminhos sem fim
Percorrendo todo o teu corpo
Buscando as palavras que não vieram
A inspiração que o seu corpo detém

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